Irregularidade
verbal
Há
verbos que fogem ao padrão regular de conjugação, o que torna o seu emprego
mais complexo para os usuários da língua, tanto falada quanto escrita. Alguns
apresentam uma pequena irregularidade; em outros casos, a irregularidade é extrema,
provocando uma dificuldade maior de emprego. Estarão arrolados aqui alguns
casos mais práticos, que fazem parte, realmente, do uso cotidiano.
“Cuidado, Pedro! Se você pôr o
brinquedo aí, alguém pode roubá-lo.”
O
verbo pôr apresenta uma irregularidade
que se estende aos seus derivados. É nesse ponto que se manifesta mais a
importância de seu estudo. O futuro do subjuntivo do referido verbo apresenta
formas irregulares; assim acontece com os seus derivados, como propor, repor, compor, entre
outros. Atenção: o emprego da conjunção “se” (subordinativa condicional) na
sentença acima não modifica o tempo verbal.
Assim,
em vez de “se você pôr”, a forma adequada é “se você puser...”. Isso vale para outras pessoas gramaticais: se
nós pusermos, se eles puserem...
Alguns
exemplos com os derivados do verbo pôr:
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Inadequado
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Adequado
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“Quando a
empresa propor o acordo, acho que vou aceitar.”
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“Quando a
empresa propuser o acordo, acho que vou aceitar.”
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“Depois que
repormos o estoque, conversaremos com os novos fornecedores.”
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“Depois que
repusermos o estoque, conversaremos com os novos fornecedores.”
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“Se ele compor
músicas engajadas, fará muito sucesso.”
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“Se ele
compuser músicas engajadas, fará muito sucesso.”
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A
irregularidade acontece também com outros verbos de uso constante: dizer, fazer, vir, entre outros.
A seguir, seguem alguns exemplos. Nos casos em que há incorreção, a forma
correta se apresenta entre parênteses após o verbo:
“Se
você disser que eu desafino, amor...” (“Desafinado”, Tom Jobim)
“Se
você vier pro que der e vier comigo...” (“Dia branco”, Geraldo Azevedo)
“Se eu honrar e bendizer (bendisser) ao meu
Senhor, obedecer, eu comerei do melhor
desta terra...” (“Palavra fiel”, Nani Azevedo)
Uma
importante observação:
A
citação de obras e autores aqui não tem a intenção de denegrir a imagem ou a
competência linguística de quem quer que seja. É apenas um registro de
dificuldades de linguagem que são comuns e possíveis a qualquer usuário da
língua portuguesa, dada a sua complexidade.
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